Estilista Fashion de Junho /historia da moda

Gabrielle Bonheur Chanel era filha de mãe solteira Eugénie Jeanne Devolle, uma lavadeira, e nasceu em um "hospital de caridade dirigido pelas Irmãs da Providência"[3] em Saumur, França. Ela era a segunda filha de Devolle. Seu pai, Albert Chanel, era um vendedor de rua, que comercializava roupas de trabalho e roupas íntimas,[4] viajando para diferentes cidades, enquanto a família ficava em alojamentos. Em 1884, ele se casou com Jeanne Devolle,[5] após ser convencido pela família dela.[6] No registro oficial, o nome de Chanel foi escrito como "Chasnel". Devolle estava muito doente para comparecer ao registro e Albert estava viajando.[3] Com os pais ausentes, o sobrenome do bebê foi digitado incorretamente, provavelmente devido a um erro nos documentos. Após um tempo, o casal teve mais cinco filhos: Julia-Berthe (1882–1912), Antoinette (nascido em 1887), Alphonse (1885-1953), Lucien (nascido em 1889) e Augustin, que faleceu na infância. Em 1895, quando Gabrielle tinha doze anos, sua mãe morreu de bronquite[7] aos trinta e um anos.[7] O pai de Gabrielle colocou as duas filhas em um orfanato, chamado Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, enquanto os dois filhos trabalhavam em uma quinta.[8] Aos dezoito anos, embora pudesse permanecer em Aubazine, Chanel decidiu morar em uma pensão reservada para meninas católicas na cidade de Moulins.[9] Um tempo depois, Chanel passou a inventar histórias de sua vida para ocultar suas origens. Das muitas histórias contadas por ela, grande parte era apenas uma invenção. Ela costumava afirmar que quando sua mãe morreu, seu pai viajou para a América em busca de uma fortuna, e portanto ela precisou ficar com duas tias de coração frio. Coco também chegou a afirmar que nasceu em 1893 em vez de 1883 e que sua mãe tinha morrido quando ela tinha dois anos em vez de doze anos.[10] História Aos 18 anos, ela deixa o orfanato de Aubazine, sendo transferida para o Institut Notre-Dame de Moulins, uma pensão para moças, mantido por religiosas católicas. Lá se aperfeiçoa como costureira e reencontra sua tia Adrienne. Ambas têm quase a mesma idade e sobretudo a mesma ambição de sair da condição de pobreza. Em 1903, consideradas aptas a manejar agulha e linha, as duas jovens são encaminhadas pelas freiras à Maison Grampayre, um ateliê de costura especializado na confecção de enxovais. Agora independentes, ambas decidem deixar o pensionato e passam a dividir um quarto alugado na rua Pont Ginguet, em Moulins.[11] Por volta de 1907-1908, muito cortejada, Chanel faz suas primeiras aparições no La Rotonde, um café-concerto frequentado por oficiais de um regimento de cavalaria estacionado em Moulins. Lá, ela se apresenta como cantora, sonhando com o music hall. Seu apelido, Coco, surgido nessa época, foi dado pelos oficiais, possivelmente a partir de uma canção, "Qui qu'a vu Coco dans l'Trocadéro", que ela interpretava. Cercada por vários jovens oficiais, muitos deles ricos ou aristocráticos, ela acaba por seduzir um deles, Etienne Balsan (1880-1953), um socialite, herdeiro de uma fábrica de tecidos que fazia uniformes do exército. Balsan acabara de deixar o exército para se dedicar à criação de cavalos. Ele a hospeda em seu castelo, perto de Compiègne. Possivelmente foram amantes por alguns meses mas se mantiveram amigos por toda a vida.[12][13] A amizade com Balsan lhe propicia frequentar um ambiente de alta classe, onde, por volta de 1909, ela conhece o milionário inglês Arthur Capel, que seria o grande amor da sua vida. Capel ajudou-a a abrir a sua primeira loja de chapéus, que faria Chanel tornar-se um sucesso e logo apareceria nas revistas de moda mais famosas de Paris. O romance com Capel foi longo e irregular e durou cerca de dez anos, embora ele tivesse se casado com uma inglesa. A história terminou tragicamente, quando ele morreu num desastre de carro, em 1919. Com este desgosto, Chanel abriu a primeira casa de costura, comercializando também chapéus. Nessa mesma casa, começou a vender roupas desportivas, para ir à praia e montar a cavalo. Pioneira, também inventou as primeiras calças femininas.[13] A sede da Chanel em Place Vendôme, Paris. No início dos anos 1920, Chanel apaixonou-se pelo jovem grão-duque da Rússia no exílio, Dmitri Pavlovich Romanov (1891 – 1941), que havia fugido de seu país logo após a Revolução. A sua relação com Dmitri a fez desenhar roupas com bordados do folclore russo e, para isso, contratou 20 bordadeiras. Neste período, Chanel conheceu muitos artistas importantes, tais como Pablo Picasso, Luchino Visconti e Greta Garbo. Suas roupas passaram a vestir as grandes atrizes de Hollywood, e seu estilo ditava moda em todo o mundo. Os seus tailleurs são referência até hoje. Além de confecções, desenvolveu perfumes com sua marca. Em 1921, cria o perfume que iria convertê-la numa grande celebridade, o Chanel Nº 5.[14] O nome se deve ao fato de ter sido a quinta fragrância apresentada a ela, para que escolhesse, e porque o 5 era o seu algarismo da sorte. Depois desse perfume, veio o nº17, mas não teve o mesmo êxito. Durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel fechou a casa mas, como várias outras celebridades francesas, a exemplo de Edith Piaf, Maurice Chevalier, Jean Cocteau e François Mitterrand, permaneceu em seu país. No período da ocupação alemã (1940 – 1944), envolveu-se romanticamente com o alemão Hans Dincklage, um profissional da Abwehr (inteligência militar alemã) que operava na França desde o final dos anos 1920. [15]Reabriu sua casa em 1954. [13]No final da guerra, os franceses condenaram esse romance e deixaram de frequentar a sua casa. Chanel passou a ter dificuldades financeiras. Para manter a casa aberta, ela começou a vender suas roupas para o outro lado do Atlântico, passando a residir na Suíça. Em razão da admiração da ex-primeira-dama Jackie Kennedy, ela reaparece nas revistas de moda com seus tailleurs (casacos e sapatos). Depois voltou a residir na França. Uma amiga de seus últimos anos foi a socialite brasileira Aimée de Heeren.[16] Coco Chanel faleceu em 1971, no Hôtel Ritz Paris, onde viveu por anos. O seu funeral foi assistido por centenas de pessoas que levaram as suas roupas em sinal de homenagem.[17] Foi sepultada no Cemitério Bois-de-Vaux, Lausana, Vaud na Suíça.[18]Quando a grande estilista morreu, encontraram em sua casa desenhos de roupas para uma nova coleção.

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